terça-feira, 14 de abril de 2015

Os cristãos e a ressurreição de Jesus Cristo

Como você deve saber, os cristãos comemoraram a ressurreição de Jesus Cristo nesse primeiro domingo de Abril. Mas você sabia que a ressurreição de Jesus Cristo é um fato historicamente confiável? Vou mostrar o raciocínio aqui e você mesmo o julgue.

Quando os historiadores encontram documentos narrando um evento qualquer, eles utilizam alguns critérios para saber se o evento é historicamente confiável ou não. Multiplicidade de fontes atestando o evento, antiguidade das fontes, independência das fontes (autores diferentes), detalhamento do contexto histórico (como a citação de nomes de lugares, autoridades, datas, culturas e etc.), citação de testemunhas, fatos embaraçosos para o autor, fatos que causam prejuízo ao autor e etc. Há pelo menos dez critérios.

Utilizando esses critérios nas múltiplas cópias antigas dos livros do Novo Testamento e também de textos não-bíblicos que falam sobre Jesus, muitos eventos mencionados ali passam na maioria ou em todos os critérios de confiabilidade. Em outras palavras, é historicamente certo dizer que o fato ocorreu.

Os seis fatos mais confiáveis sobre Jesus do ponto de vista histórico são:

1) a sua existência
2) a sua morte numa cruz
3) o seu sepultamento numa tumba de José de Arimateia
4) o desaparecimento de seu corpo da tumba poucas horas após o sepultamento
5) o testemunho de várias pessoas que dizem tê-lo visto ressurreto
6) o inicio do cristianismo baseado na crença da ressurreição e assunção de Jesus

Os três últimos fatos pedem explicações.

- Por que o corpo desapareceu da tumba? Alguém o pegou? Quem? Por quê? O que fez com o corpo?

- Por que várias pessoas (mais de quinhentas, segundo os textos bíblicos) afirmaram ter visto, ouvido, tocado e falado com Jesus depois de morto? Por que essas pessoas viveram o restante de suas vidas dispostas a espalhar este testemunho, sem ganhar nada por isso, mas, ao contrário, sendo injuriadas, perseguidas e até mortas? Por que tantos acreditaram no testemunho dessas pessoas e seguiram seu exemplo? Por que os primeiros cristãos concluíram que Jesus ressuscitou corporalmente para a vida eterna, se tal crença não fazia parte nem da crença judaica, nem da crença pagã?

- Por que o cristianismo surgiu? Por que os primeiros cristãos concluíram que Jesus era realmente o Messias, se os judeus da época acreditavam que o Messias seria um rei terreno e general de guerra, que assumiria o trono israelita e libertaria os israelitas da opressão romana? Por que os primeiros cristãos concluíram que Jesus era divino, se nem judeus, nem pagãos aceitariam a ideia de um Deus que morre, ainda por cima em uma cruz (a pior condenação da época)? Por que, com todas essas absurdidades para a época, os primeiros cristãos se mantiveram firmes em seu testemunho, inclusive afirmando e reafirmando que viram tudo? Como o cristianismo conseguiu sobreviver, com essa estranha estrutura de crenças, a décadas de perseguição judaica e a quase 300 anos de perseguição romana?

Existem várias hipóteses que tentam responder a estas perguntas. Mas todas elas falham. A única hipótese que explica com plausibilidade a todas às perguntas é a da ressurreição de Cristo.

Não vou citar as outras hipóteses aqui, pois quero que você mesmo pense nelas. Eu conheço umas oito. Você pode também inventar as suas. Mas garanto que nenhuma vai explicar todos esses pontos.

Agora eu pergunto: quando você tem várias hipóteses que não explicam todas as questões de um assunto, mas possui uma que explica tudo, em qual você acha que é mais racional acreditar?

Que no próximo ano você tenha um feliz dia da ressurreição!

10 comentários:

  1. Que fique bem claro que meu objetivo não é de modo algum combater a fé cristã, até mesmo porque eu sinto ter um pouco dessa fé dentro de mim. Os questionamentos a seguir são somente dúvidas (de um leigo no assunto, que sou eu), se puder tirá-las fico grato.

    1- Com relação à independência das fontes, tudo bem, os evangelhos são de fontes diferentes mas são todos relatos de pessoas que possuíam fé. De certa forma esses "testemunhos" me parecem tendenciosos... Minha dúvida então é: existe alguma fonte (não cristã) que relate a visão de Jesus ressuscitado?

    2-Sabemos que o ser humano é demasiado inclinado a acreditar em salvadores e coisas sobrenaturais. Inúmeras guerras e absurdos já foram cometidos por causa das mais variadas crenças. Uma enormidade de deuses já foram criados e todos eles serviam de inspiração, consolo, motivação, temor e castigo. Mas, como exemplo de "salvador" me vem à mente Antônio Conselheiro (guerra dos farrapos) que conseguiu milhares de seguidores que acreditavam piamente que ele era o salvador com dimensões até mesmo espirituais. E há inúmeros outros exemplos... Dito isso, essa motivação dos apóstolos e discípulos não seria um argumento vago de mais?

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  2. Prezado Daniel,

    Vamos por partes:

    1) Não sei se você chegou a ler a resposta que te ofereci sobre "Por que ter fé", na postagem "Por que é importante ter uma fé racional". Lá eu explico que fé não é a crença em algo sem evidências. A fé pode ser bastante lógica ou provável. Eu dei o exemplo da geometria euclidiana, lembra? Quando, então, você afirma que o testemunho dessas pessoas é tendencioso porque elas são pessoas de fé, está pressupondo que a fé delas não se baseia em nenhuma evidência e que, por consequencia, o testemunho delas é inválido. Na posição de questionador imparcial e honesto, você não pode concluir isso antes de analisar se realmente aquelas pessoas possuíam evidências para sustentar o que estavam dizendo. Sua posição deve ser neutra até descobrir se a fé delas tinha base racional ou não.

    2) De fato, como você diz, é fácil o ser humano crer em líderes. E é fácil o ser humano fazer a vontade dos líderes em que crê. Mas a história do cristianismo não trata meramente de discípulos seguindo um líder. A história do cristianismo trata de discípulos que afirmavam que seu líder fez milagres em público, curou pessoas em público, ressuscitou, apareceu a várias pessoas durante quarenta dias e ascendeu ao céu diante de um público de 500 pessoas. Esses discípulos pregaram essa mensagem durante quase duas décadas justamente nos lugares (e na época) em que habitava esse público. Caso a história toda fosse forjada, o cristianismo não teria resistido aos fatos e morreria em alguns dias. As pessoas da época e do lugar diriam: "Nada disso aconteceu. Esses caras são loucos". Vamos considerar, então, que os discípulos eram loucos. Todos loucos. E não só loucos. Eles tinham ilusões coletivas, já que alegavam ter visto exatamente as mesmas coisas. Mas apenas isso não basta. Para que esses loucos lograssem êxito em espalhar sua loucura, as pessoas da época e lugar em que Jesus viveu (e eles passaram a pregar) e que acreditaram neles também eram todas loucas. É uma hipótese um tanto improvável, não? As coisas ficam mais complicadas quando lembramos que os discípulos também faziam milagres e curas. Ou, pelo menos, seus escritos alegam isso. Como conseguiriam fazer as pessoas crerem nisso sem, de fato, fazerem o que alegavam?

    3) Curiosamente, aqueles que não creram em Jesus na época em que os discípulos começaram a pregar não alegvam que Jesus ou os discípulos eram mentirosos ou que eram loucos. Os fatos eram de domínio público em Israel. Não tinham como ser negados negados. Nos documentos judaicos da época (chamados Talmudes), por exemplo, Jesus era descrito não como um farsante ou um louco, mas como um herege que praticava magia negra pelo poder de Satanás. Ou seja, não se negava a existência de Jesus, nem os milagres que fizera. Negava-se que Ele fosse o Messias de Deus.

    4) Sim, existem várias menções a Jesus em textos antigos de autores não cristãos, tais como o historiador judeu Flávio Josefo (37 d.C – 100 d.C), os historiadores romanos Cornélio Tácito (55 d.C – 120 d.C) e Suetônio (69 d.C – 141 d.C), o governador romano da Bitínia Caio Plínio II (61 d.C – 114 d.C), o escritor satírico Luciano de Samósata (125 d.C – 181 d.C), entre outros.

    5) O cristianismo não era um religião que oferecia benefícios. Ao contrário, oferecia desprezo, perseguição, tortura, martírio e morte. Por que os primeiros seguidores resolveram passar por isso? E como conseguiram sustentar coisas que não aconteceram, alegando terem elas acontecido diante do público? Como o cristianismo foi adiante dessa maneira? Não faz sentido, a não ser que se considere que eles realmente estavam dizendo a verdade.

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  3. P.S.: No meu blog, há textos que destrincham melhor estes assuntos. Deixo-os aqui:

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2012/10/serie-argumentos-para-existencia-de_31.html

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2013/01/destrinchando-zeitghest-parte-3-o-jesus.html

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2014/12/cristianismo-uma-religao-de-fatos.html

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2012/11/afinal-quem-foi-jesus-parte-1-um-mito_1537.html

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2012/11/afinal-quem-foi-jesus-parte-2-um-homem.html

    http://mundoanalista.blogspot.com.br/2012/11/afinal-quem-foi-jesus-parte-3-mais-que.html

    Att.,

    Davi Caldas.

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  4. Bom, eu realmente não havia visto a sua resposta a minha pergunta sobre porque ter fé. Eu agora a li e tenho muitos questionamentos, ademais gostaria de estudar todo o material que vc sugeriu para poder chegar a uma conclusão.
    Mas a respeito desta resposta eu gostaria somente de fazer algumas observações:
    1-Eu questionei e questiono a veracidade dos testemunhos bíblicos por dois motivos principais: 1-A autoria deles não é comprovada e 2-Todos os textos da bíblia são meras cópias, ou seja, não chegamos a conhecer os originais. Tudo o que vemos escrito na bíblia foi retirado de cópias redigidas séculos depois da existência de Jesus. Vc já ouviu falar no ditado "quem conta um ponto aumenta um ponto"? Exatamente por isso coloco a fé desses copistas(não sei se essa é a palavra apropriada) em questionamento. Mas sim, há a possibilidade de tudo aquilo ser verdade...

    2-Vc considera que o hinduístas são loucos? O hinduísmo tem mais de 3000 anos de existência e sua mensagem sobreviveu... Por tanto antiguidade não é uma prova de veracidade. Ademais no ítem dois vc dá como certo as coisas escritas na bíblia que, como já disse, são baseadas em cópias que foram escritas séculos depois. Por tanto

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  5. ... por tanto é difícil averiguar sua veracidade afinal, por exemplo, as provas que vc citou no texto como fatos embaraçosos ao autor perdem um pouco de "validade"...
    Ademais vc parece subestimar a capacidade que o ser humano tem de entregar a vida por uma causa... Os muçulmanos suicidas que o digam...

    3-O item 3 me surpreendeu. Mas, de qualquer forma, era preciso muito pouco para que os judeus considerassem alguém como bruxo...

    4-Não sabia a respeito delas(citações não cristãs), vou pesquisar...

    5-O item 5 foi o que eu mais discordei. Vc com certeza já leu o seguinte versículo: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
    Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós." Havia portanto uma recompensa, havia um benefício e não só esse, haviam vários benefícios. O consolo, a proteção, a ajuda, o amor incondicional... todos esses benefícios da crença cristã me parecem o bastante para que alguém queira morrer por essa causa..

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  6. Por fim digo que Jesus foi meu amigo por muitos anos. Ao longo de toda a minha infância me ensinaram sobre ele. E era confortante pensar que tinha alguém me ajudando. mas um dia tudo isso desmoronou quando alguém fez a mim a mesma pergunta que fiz a vc: "Por que vc tem fé?" O máximo que consegui fazer foi ficar calado... Eu poderia dizer que era porque meus pais me ensinaram assim, o que seria ridículo. Eu poderia dizer que quem crê vai para o céu, o que soaria egoísta e ridículo pois seria um crer pelo crer...
    Desde então resolvi pesquisar e apesar de ser leigo no assunto procuro conhecimentos e respostas. E tomara que um dia eu chegue a conclusão novamente de que Jesus está no céu olhando por mim...

    Obrigado pela atenção. Bom dia

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  7. Prezado Daniel,

    Antes de começar a responder às suas dúvidas, quero te fazer umas perguntas. Você gosta de ler? Está mesmo disposto a estudar para tirar dúvidas e chegar à verdade? Consegue ler no computador ou tablet? Se você respondeu sim para todas essas perguntas, eu gostaria de enviar para você, por email, alguns livros em pdf que respondem os seus questionamentos. São obras de homens de grande envergadura intelectual, que respondem às questões de modo sério e racional, sem apelar para a emoção, com base em muito estudo e lógica. São livros que já li e recomendo. Poderá tirar todas as suas dúvidas de maneira minuciosa. Aqui no blog, eu só posso te responder resumidamente. Mas, vamos às questões.

    1) Você oferece duas razões pelas quais questiona a veracidade dos testemunhos bíblicos. Há três bons livros que já li e respondem suas duas dúvidas (sobretudo a questão das cópias).Um resumo do conteúdo desses três livros pode ser encontrado na palestra do teólogo Voddie Bauccham: “Porque você acredita na Bíblia”. Vou deixar aqui o link: https://www.youtube.com/watch?v=pAftgQi6eLA

    Ele começa a falar sobre as cópias do Novo Testamento a partir de 6m44s do vídeo. Mas assista desde o início. Assista tudo. São apenas 22 minutos. Assista e depois, se tiver dúvidas, tire comigo.

    2) Você alega que eu acho que antiguidade prova veracidade. Em nenhum momento eu disse isso. O que eu disse foi que o cristianismo não conseguiria perdurar baseado em mentiras sobre fatos públicos, já que as pessoas do tempo e do lugar em questão iriam desmascarar os pregadores. A não ser, claro, que fossem todos loucos, uma hipótese absurda. Parto do pressuposto de que o que está escrito no Novo Testamento é verdade por uma série de evidências, algumas das quais é abordada no vídeo que indiquei para você ver acima. Há muitas outras evidências que não são abordadas no vídeo. Se quiser mesmo ter acesso a elas, posso te passar um ou dois livros sobre o assunto (que tenho em pdf) e uns três artigos. Sanarão todas as suas dúvidas.

    Você diz que eu subestimo a capacidade de um ser humano de morrer por uma causa. Eu também não disse isso. Não é verdade. O que eu subestimo é a capacidade de um ser humano inventar deliberadamente uma mentira e morrer por essa mentira, tendo a plena convicção de que ele a forjou. Quando alguém inventa uma mentira e a propaga, o faz para ganhar algum benefício. Se alguém não ganhou beneficio algum por propagar uma ideia e aceitou morrer por essa ideia, é porque, no mínimo, essa pessoa crê no que está dizendo. Usei esse argumento para mostrar que os escritos dos discípulos não podem ser tidos tentativas deles de enganar seus ouvintes. Eles criam mesmo no que estavam falando. Uma vez que eles se diziam testemunhas oculares de milagres e coisas incríveis como Cristo ressuscitado e sua ascensão, só restam duas opções: ou eles eram loucos, ou realmente viram essas coisas. Como eles propagavam isso no tempo e no lugar que diziam ter ocorrido, não teriam logrado êxito em levar essa religião para frente, já que seriam desmascarados pelas pessoas daquele tempo e lugar.

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  8. 3) O talmude afirma que Jesus foi preso por praticar feitiçaria. Os evangelhos dizem que ele praticava milagres. É um bom indício de que alguma coisa incrível ele devia fazer, já que tanto amigos como inimigos concordam sobre sua relação com o sobrenatural. Num dos textos que te passei há as duas citações dos talmudes judaicos em relação Jesus.

    4) Você pode encontrar essas citações não-cristãs sobre Jesus nos meus artigos também. Elas são famosas. Qualquer bom livro teológico sobre confiabilidade bíblica ou Jesus histórico irá citá-las.

    5) Você não entendeu meu ponto. Quando eu digo que não havia benefício em seguir ao cristianismo, estou trabalhando dentro da hipótese de que ele não seja verdadeiro. Se ele não era verdadeiro, não havia razão para que os discípulos estivessem dispostos a sofrer e morrer por isso. Uma vez que os discípulos se diziam testemunhas oculares de milagres, da ressurreição e da ascensão de Jesus, eles certamente acreditavam piamente que foram testemunhas de tudo isso, já que estavam dispostas a sofrerem e morrerem para sustentar esse testemunho. Isso indica que não inventaram o cristianismo. Ou ele era um fato ou todos os primeiros seguidores de Jesus eram malucos. Então, a questão aqui não é uma pessoa morrer por uma causa, mas ela morrer afirmando piamente que viu coisas que ela sabe que não viu. Ninguém faz isso. Ninguém jamais vai inventar que viu milagres e uma pessoa ressuscitar e ascender aos céus e morrer por afirmar isso, sabendo que isso não aconteceu e ela forjou a história. Ou ela realmente viu, ou ela é louca.
    6) Amigo, estou disposto a te ajudar, tirando todas as dúvidas que você tiver. Tenho estudado há cerca de cinco anos sobre esses assuntos. Não quer dizer que eu saiba tudo ou esteja próximo a isso. Também não estou dizendo isso para me orgulhar ou ostentar conhecimento. Estou dizendo isso para que você saiba que conheço muitas das principais dúvidas que as pessoas têm sobre a fé. E posso garantir que elas possuem respostas racionais e plausíveis. A cada dia que passa vejo minha fé se tornar mais sólida em bases lógicas. Ficarei feliz em compartilhar esses conhecimentos com você. Mas para isso você precisa estar disposto a ler o que eu te passar. E ser honesto.

    Att.,

    Davi Caldas.

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  9. Meu e-mail é: danielresende413@gmail.com. Ficarei feliz e agradecido por ter mais material para ler e refletir.

    Vc já ouviu falar de Dom Estevão Bitencourt? Eu já li inúmeros artigos dele e uma frase que ele disse me marcou, é assim: "Tenha medo daqueles que leem um livro só". Dizendo a respeito de pessoas que leem a respeito de somente um lado da questão. Disse isso porque creio que para chegar à verdade preciso ouvir todos os lados, preciso analisar cada argumento de cada uma das partes. Por tanto vou ler (e estou lendo tudo o que vc e outros religiosos me indicam, mas a procura da verdade me estimula também a ler materiais que céticos e ateus me indicam.
    Infelizmente o que mais tenho percebido é que por trás de cada argumento para a existência ou inexistência de deus me parece existir por parte da pessoa uma vontade interior de que aquilo seja verdade, em outras palavras, tenho a impressão de que as pessoas passam a querer acreditar ou desacreditar por motivos interiores ao invés de procurar a verdade de maneira sincera.
    Eu fico realmente impressionado com a certeza que vc parece ter e com a certeza que ateus também parecem ter. Até hoje não encontrei nenhum argumento totalmente conclusivo a respeito de nenhuma das duas hipóteses(existência ou inexistência). Todos os argumentos que li até hoje, dos dois lados, são perfeitamente questionáveis. Então como alguém pode ter tanta certeza?

    Certa vez vez um tio me disse: "Pra que essa procura da verdade? creia simplesmente, vc vai ser mais feliz assim." Talvez ele esteja certo, talvez eu fosse mais feliz se escolhesse um lado e ignorasse todo o resto. Mas não é isso que quero, eu prefiro uma realidade cruel a uma ilusão linda.

    Na verdade eu nem sei porque disse tudo isso, mas de qualquer forma agradeço pela atenção, peço desculpas pelo meu enjoamento e por tomar seu tempo. Me despeço. Tenha um bom dia.

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    1. Prezado Daniel,

      Desde que comecei a estudar assuntos teológicos com profundidade, há cinco anos, a maioria dos ateus que conheci ou dos quais ouvi falar se tornou ateu por razões emocionais e/ou dúvidas bobas. Raramente vi um ateu com bastante conhecimento de apologética (o ramo da teologia que se ocupa em analisar os argumentos e as evidências lógicas para determinado conjunto de crenças) e com argumentos fortes. Em contrapartida, também a maioria dos cristãos que conheci (e conheço) ou dos quais ouvi falar também creem em Deus, na Bíblia e no cristianismo sem a presença de fortes bases racionais; creem muito mais por experiência e não sabem defender sua fé racionalmente. Então, o nível de debate sobre esse tema é muito baixo. Reina a ignorância em ambos os lados.

      Aqueles que realmente apresentam um bom conhecimento e honestidade para debater estes temas são minoria. E a grande mídia não dá destaque para essas pessoas. Sobretudo as religiosas, já que após o iluminismo a propaganda antirreligiosa se tornou cada vez mais forte na sociedade, vinculando religião à ignorância e alinhando a mídia, as faculdades e alguns setores políticos contra ela. Assim, o que vai à grande mídia sobre religião geralmente é apenas o banal, o insignificante, ou o absurdo.

      Com a ignorancia da maior parte do público e o predomínio antirreligioso na grande mídia e nas faculdades, o debate fica prejudicado até mesmo no meio acadêmico. Há grandes doutores em diversas áreas do conhecimento humano falando enorme baboseiras em suas aulas, palestras, artigos e livros sobre religião (assim como também há religiosos famosos também prestando grande desserviço ao debate). Não é regra, mas geralmente quem a grande mídia escolhe para falar sobre religião, teologia e apologética não tem nenhum preparo para falar desses temas (ou é desonesto mesmo).

      Aquém desses debates popularescos, vou lhe mostrar obras de intelectuais sérios, que tem enriquecido o debate. Você faz bem em querer analisar os dois lados. Continue fazendo isso. Muitos dos intelectuais que apresentarei a você eram ateus ou agnósticos e se tornaram cristãos por analisarem argumentos racionais. É o caso de Alister McGrath, Ravi Zacharias, Antony Flew, C. S. Lewis, Francis Collins, Lee Strobel e etc. Outros tem permanecido cristãos por muito tempo e fazendo um initerrupto trabalho de defesa de uma fé racional, esclarecimentos e refutações de argumentos ateístas, não só através de livros, artigos e palestras, mas através de debates com ateus (promovidos por universiades). O maior apologista cristão vivo hoje é o Dr. William Lane Craig, filósofo e teólogo. Ele é escritor e um grande debatedor. Há muitos vídeos de debates dele na internet. Eu indicarei alguns para você depois. Além dele há Norman Geisler, Dinesh d'Souza, John Lennox, Peter Kreeft, Rodrigo Silva, Alvin Plantinga, Richard Swinburne, Josh McDowell, Robert Huntchinson, Darrell Bock, Paul Copan, N. T. White e etc. As obras desses autores são realmente de alto nível.

      Vou te passar algumas obras pelo emial que você deixou aqui e a indicação de ordem de leitura. Algumas importantes eu não tenho em pdf, mas apenas físicos. Se puder, compre. Por ora, leia o que eu te passar. E qualquer dúvida que você tiver, pode me perguntar. Conhecimento de nada serve se não for útil a alguém. Tenho estudado muita coisa há tempos. É um prazer para mim poder partilhar.

      Att.,

      Davi Caldas.

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