domingo, 6 de setembro de 2015

O que a esquerda defende?

Você provavelmente já ouviu a seguinte frase: "A esquerda é a posição política que defende os pobres e oprimidos da sociedade". Bom, essa frase está incompleta. O que a esquerda defende, na verdade, é a manutenção de um Estado muito rico e poderoso, a fim de que o mesmo tenha meios para defender os pobres e oprimidos. Agora, se o Estado realmente vai defender os pobres e oprimidos depois de se tornar muito rico e poderoso, já são outros quinhentos. Aí está o problema.

Lembre-se dos seguintes ditados: "De boas intenções, o inferno está cheio" e "Querer não é poder". Sábios provérbios populares. O primeiro nos lembra que nem sempre aquilo que parece ser uma boa intenção, realmente o é. Há no mundo pessoas que mentem, que enganam, que distorcem, que justificam maus atos e que também se aproveitam de ideias aparentemente boas para fazer o mal. Parece uma boa intenção dois filhos ajudarem a mãe idosa a sacar dinheiro no banco. Mas talvez um deles só queira gastar o dinheiro dela (e, quem sabe, até os dois).

O segundo provérbio nos lembra que ter uma boa intenção não é garantia de conseguir os resultados almejados. Eu posso ter muita boa intenção em ir à farmácia e comprar o remédio de hipertensão do meu pai doente. Mas se eu errar e levar para casa um remédio para gripe, minha boa intenção não vai salvar meu pai. A boa intenção de nada serve na cura de uma pessoa se o remédio comprado não é o correto para tratar sua enfermidade.

Em política não é diferente. O esquerdista que realmente crê no que diz, apoia um Estado muito rico e poderoso esperando que ele ajude pobres e oprimidos. A intenção final é boa. Mas não necessariamente a intenção dele irá se concretizar. Vários fatores podem impedir o resultado almejado: (1) políticos corruptos; (2) políticos honestos, mas ineficientes; (3) políticos com más ideias; (4) políticos bons, mas sem apoio; (5) políticos que querem resolver tudo através de centralização, autoritarismo e, consequentemente, de repressão; (6) a falibilidade administrativa do ser humano; (7) a falibilidade moral do ser humano; (8) a complexidade dos problemas sociais; (9) a extensão do território governado; (10) a dificuldade de fiscalizar todos os agentes de um Estado tão amplo; (11) a dificuldade de manter as contas de um governo tão custoso; (12) o excesso de funções desempenhadas pelo Estado; (13) leis falhas e ineficientes; (14) a tendência humana de se acomodar diante de dificuldades quase intransponíveis; (15) a preocupação com o combate a oposicionistas; (16) as alianças com partidos de ideias distintos; (17) a impossibilidade do Estado apresentar a mesma criatividade e eficiência que o setor privado (que é impulsionado pela concorrência e pessoas preparadas para gerir negócios); (18) a participação política do povo; (19) a história política e econômica do lugar; (20) os valores culturais e morais da sociedade em questão; e etc.

Em outras palavras, ao aumentar a riqueza e o poder do Estado, o esquerdista cria um sistema ideal para a existência e manutenção de governos ineficientes, corruptos e totalitários. Não importa o quão honesto seja um esquerdista e o quão boa seja a sua intenção, ele está ajudando a consolidar um sistema vil, que causa mal principalmente aos pobres. Um dos milhares de exemplos que poderiam ser dados ocorreu a pouco tempo, próximo à UERJ (a universidade mais esquerdista do Rio de Janeiro e, quiçá, do Brasil). O governo despejou pessoas de suas casas em uma favela, a fim de dar prosseguimentos à obras públicas. Por que o governo tem esse poder? Porque a esquerda deu esse poder ao Estado; porque ela defende um Estado rico e poderoso, e sustenta discursos que enfraquecem a autonomia do indivíduo e o direito à propriedade privada.

O aumento da riqueza e do poder do Estado está sempre gerando problemas para o cidadão pobre. Ele é obrigado a pagar pela má administração dos serviços públicos, pelos desvios de verba, pelos milhares de cargos governamentais e pela inflação de preços causada pela expansão irresponsável de papel-moeda pelo Estado. Ele é obrigado a ver o Estado matar pequenas e médias empresas com o peso da burocracia e dos impostos, deixando o povo pobre à mercê de grandes empresas que cobram caro e oferecem produtos (e serviços) de baixa qualidade. Ele é obrigado a aceitar proibições arbitrárias do Estado ao livre mercado, a fim de defender grandes empresas já bem estabelecidas na economia. Ele é obrigado a se conformar com as imensas dificuldades burocráticas que o Estado cria e mantém para se iniciar um negócio. Ele é obrigado a depender de péssimos serviços públicos. Ele é obrigado a se submeter à invasão do governo em diversas áreas de sua vida individual, perdendo liberdades como a de ter uma arma de fogo para autodefesa.

"A esquerda é a posição política que defende os pobres e oprimidos da sociedade". Não, ela defende um Estado rico e poderoso que além de não defender os pobres e oprimidos, também traz grandes problemas para eles. E o que a direita defende? A direita defende justamente um Estado menos rico e poderoso, que permita ao cidadão honesto (principalmente o pobre) exercer sua liberdade individual e o exima de ser prejudicado pela ineficiência, pela corrupção e pelo totalitarismo provenientes de um Estado gigantesco.

2 comentários:

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