terça-feira, 27 de novembro de 2012

Afinal, quem foi Jesus? - Parte 3: Mais que um simples homem

Vimos na última postagem que Jesus também não poderia ter sido apenas um grande mestre da moral, nem um grande mentiroso e nem um grande lunático. Todas essas alternativas falharam feio. O que nos resta, então? Bem, agora não há mais como negar que Jesus era algo mais do que um homem como qualquer outro. Jesus, com certeza, tinha alguma ligação com o sobrenatural. Há três opções aqui: (a) Jesus teria sido alguém com influência satânica – a hipótese judaica; (b) Jesus teria sido um profeta de Deus, mas não divino – hipótese islâmica; (c) Jesus era (e é) parte do próprio Deus – hipótese cristã. Nesta postagem, vamos analisar as três.


A) Possuído por demônios



Quando lemos o Novo Testamento, vemos que os líderes judaicos (que, em sua maioria, não gostavam de Jesus) não negavam que Jesus fazia milagres. Os milagres de Jesus eram conhecidos do público judeu e esse era um dos motivos pelo qual a popularidade de Jesus foi consideravelmente alta até antes de ser crucificado. O motivo pelo qual a maioria dos judeus parou de crer em Jesus, deixando uma forte tradição anticristã para as gerações futuras, foi a sua morte na cruz. Precisamente aquilo que seria o ponto principal de pregação dos cristãos algumas semanas depois, passou a ser a principal razão da recusa judaica em aceitá-lo como Messias.



Quanto aos líderes, eles faziam oposição a Jesus desde antes de sua crucificação. A razão era a atitude de Jesus quanto a eles. Jesus costumava criticá-los por hipocrisia, não os bajulava (como a maioria fazia), não aceitava as tradições rabínicas que não estavam pautadas nas Escrituras e não parecia estar interessado em assumir o trono.



Com isso, a visão que predominava entre os líderes judaicos sobre Jesus e a visão que passou a predominar após sua morte era a de que Jesus tinha sido um homem apóstata, herege e possuído por demônios, que intentou desviar o povo judeu dos caminhos corretos. A influência satânica seria a explicação para os seus milagres. A crucificação seria a confirmação de que Jesus era um “maldito de Deus”, a expressão utilizada para quem morria pendurado.



A questão é: Em que se baseia essa afirmação? Como podemos reconhecer uma pessoa que está agindo por influência satânica? Penso que é aqui que o judaísmo falha. Jesus não tinha as características que uma pessoa possuída. A primeira característica de uma pessoa influenciada pelo Diabo é falar contra a Palavra de Deus ou deturpá-la, a fim de enganar as pessoas. Mas não há na teologia de Jesus nada que contradiga as Escrituras. Pelo contrário, Jesus procurou em todo o seu ministério basear-se nas Escrituras e acusar aqueles que a deturpavam. Em certa ocasião Jesus afirmou:
Jeitosamente vocês rejeitam os mandamentos de Deus para guardar a própria tradição. Pois Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’. Disse também: ‘Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte’. Vocês, porém, dizem: ‘Se um homem disser a seu pai ou sua mãe que aquilo que poderia dar a eles é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, isso o dispensa de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe’. Assim, vocês invalidam a Palavra de Deus pela própria tradição de vocês, que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas outras coisas semelhantes (Marcos 7:9-13).
Veja como Jesus está fazendo justamente o oposto do que faria alguém com influência de Satanás. Ele está exaltando as leis das Escrituras e criticando as tradições corrompidas dos líderes judaicos da época. Em outra ocasião, quando um fariseu perguntou a Jesus quais os mandamentos das Escrituras eram mais importantes, ele respondeu:
O principal é: ‘Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força’. O segundo é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há outro mandamento maior que estes (Marcos 12:29-31).
A resposta de Jesus é uma citação literal de um texto que está em Deuteronômio 6:4-5 (um texto imprescindível para os judeus) e de outro texto que está em Levítico 19:18. É curioso como que Jesus não só responde corretamente como tem o cuidado de selecionar textos provenientes da Torá (os cinco primeiros livros das Escrituras), que os judeus viam com ainda mais reverência. Ouvindo essa resposta, o fariseu que o havia questionado, teve que reconhecer:
Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que Ele é o único e não há outro senão Ele, e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força e amar ao próximo como a ti mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios (Marcos 12:32-33).
A preocupação de Jesus em fazer tudo conforme as Escrituras (a Palavra de Deus) era tão grande que, logo ao começar seu ministério, ele teve o cuidado de afirmar ao público:
Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus (Mateus 5:17-20).
E Jesus seguiu esse procedimento até o fim da vida. Durante todo o Novo Testamento o que vemos é Jesus elevando a Palavra de Deus. Jesus era uma Bíblia ambulante. E era por isso que não se podia pegá-lo em contradição. Foram diversas as vezes em que os líderes judaicos tentaram fazê-lo, mas sem êxito.



O que diferia a teologia de Jesus da teologia judaica da época não era a doutrina em si, mas a interpretação da doutrina. Por exemplo, a questão da missão do Messias. Jesus, que se identificava como sendo o Messias, tinha a plena convicção de que sua missão não era terrena. Por esse motivo, se recusou a tomar o trono. 



Interessante que se ele era mesmo um endemoninhado, se tornar rei seria algo importante para desviar a povo dos caminhos de Deus. Se ele agisse como os judeus da época esperavam que o Messias iria agir, todos os judeus creriam nele, incluindo os líderes. Da mesma forma, é interessante que se ele era um endemoninhado, caminhar para a morte era frustrar os planos de Satanás. Afinal, o Diabo não pode ressuscitar ninguém. Assim, sua morte não poderia servir de pilar para a crença dos primeiros discípulos na ressurreição corporal de Cristo, nem a tumba vazia seria explicada. 



Poder-se-ia sustentar que Satanás possuiu alguém para roubar o corpo de Cristo e exerceu influência mental em mais de 500 pessoas para que acreditassem ter visto e tocado em Jesus depois de sua morte. Assim, o cristianismo teria surgido. Entretanto, isso seria dar ao Diabo um poder que ele não possui: o de controlar pessoas que se guiam pelos princípios de Deus. Como venho dizendo, Jesus não agia como um endemoninhado e muito menos agiram posteriormente os seus discípulos e os primeiros cristãos. Tal como Jesus seguia estritamente as Escrituras Sagradas, os seus discípulos fizeram o mesmo e assim ensinaram aos demais. Em Tiago, por exemplo, lemos:
Se vós, contudo, observai a lei régia segundo a Escritura: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem; se, todavia, fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo argüidos pela lei como transgressores. Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos. Porquanto, aquele que disse: Não adulterarás também ordenou: Não matarás. Ora, se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. Falai de tal maneira e de tal maneira procedei como aqueles que hão de ser julgados pela lei da liberdade (Tiago 2:8-11).
Aqui Tiago deixa claro que os cristãos deveriam seguir as Escrituras e serem zelosos quanto à observância dos dez mandamentos. O discípulo João também afirma:
Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu (João 3:4-6).
Isso não é coisa que um integrante de uma seita demoníaca diria. A verdade é que a teologia cristã, se seguida corretamente, preserva os principais pontos da teologia judaica. As diferenças estão nos ritualismos (que para os cristãos eram preceitos temporários, apenas prefiguração de Jesus, não precisando ser mais cumpridos hoje), nas leis civis (que para Jesus eram leis de caráter contextual, devendo ser cumpridas de acordo com o que o contexto ordena) e na concepção de Deus Triúno, isto é, um único Deus, mas formado por três partes (pessoas): o Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo.



O apóstolo Paulo não foge a regra. Ex-fariseu, Paulo mostrava em todos os seus escritos um amplo conhecimento das Escrituras. E todo esse conhecimento era aplicado em sua teologia. Ele diz em Romanos 7:12-16:
Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom. Acaso o bom se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido a escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
Isso é uma das inúmeras provas de que o cristianismo não era uma religião contrária ao que o judaísmo pregava e muito menos era uma religião pautada em princípios demoníacos. Os judeus (e também os islâmicos) argumentam que o princípio demoníaco do cristianismo seria fazer de Jesus parte de Deus. No entanto, a não ser que realmente Jesus não seja um com Deus, não há pecado em afirmar isso. O cristianismo não afirma que existem vários deuses. Ele afirma que existe um só Deus, formado por três pessoas, que são iguais em essência. Seria algo como três pedaços de uma mesma laranja: são três pedaços, mas os três são iguais em essência; e formam uma laranja, não três.



Então, a questão na qual devemos focalizar é se havia evidências ou não de que Jesus era um endemoninhado. E a resposta é não. Não havia. Pelo contrário, Jesus citava sempre as Escrituras e, antes de retornar para o céu, mostrou aos discípulos as diversas profecias e simbologias que para ele apontavam nas próprias Escrituras judaicas (profecias e simbologias que terei o prazer de expor e de analisar em uma próxima ocasião).



Curiosamente, existe nos evangelhos uma passagem em que Jesus lida com essa hipótese de que ele seria um endemoninhado. Sua resposta aos líderes judaicos é muito interessante:
Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e ver. E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho [descendente] de Davi? Mas os fariseus, ouvindo isto, murmuravam: Este não expele demônios senão pelo poder de Belzebu [Diabo], maioral dos demônios. Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensa-mentos, disse: Todo o reino dividido contra si ficará deserto e toda a cidade ou casa dividida contra si, não subsistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? (Mateus 12:22-26). 
O raciocínio lógico que Jesus tinha me encanta. Aqui Jesus mostra que não fazia sentido que os líderes judaicos o acusassem de endemoninhado. Suas atitudes não eram de quem estava possuído por demônios, mas de quem lutava contra o poder das trevas. Portanto, se realmente ele fazia o que fazia com o poder do Diabo, então o Diabo estava lutando contra si mesmo. E é evidente que Satanás jamais faria uma idiotice dessas.



A conclusão é óbvia: Jesus não era um endemoninhado. Satanás nada ganhava com as ações de Jesus. Pelo contrário, perdia. A hipótese que resta, antes de aceitar Jesus como divino, seria a de que Jesus foi apenas um profeta de Deus. Essa é a hipótese do islamismo. Vamos vê-la?



B) Um Grande Profeta



Bem, como já disse, a visão de Jesus como um profeta é a visão islâmica de quem teria sido Jesus. Ela é descrita no Corão, o livro sagrado do islamismo. O islamismo surgiu através do profeta Muhammad, durante o sexto século depois de Cristo. O profeta afirmava que recebeu uma visão do anjo Gabriel, cuja mensagem era de que ele (Muhammad) era um profeta e que Deus (o mesmo Deus do judaísmo e do cristianismo) queria restaurar seus ensinamentos originais, que haviam sido detur-pados e/ou esquecidos com o passar do tempo pelas principais religiões monoteístas.



Tendo sido encorajado a espalhar essa mensagem, Muhammad sofreu oposição em Meca (sua cidade natal) e, fugindo para Medina, se tornou chefe da primeira comunidade mulçumana que existiu. A partir daí, travou-se um grande número de batalhas entre os habitantes de Medina e Meca, na maior parte das vezes com vitórias Muhammad e de seus seguidores. O resultado da liderança do profeta foi unificar toda a Arábia Saudita sob uma só religião, o islamismo.



E qual, exatamente, é a visão que os islâmicos tem sobre Jesus e o cristianismo? Bem, para os islâmicos Jesus foi um homem normal que seguia os preceitos de Deus e que se tornou um profeta de grande importância (talvez só menor que Muhammad). Para os islâmicos também, Deus não é um ser Triúno. Sendo assim, o cristianismo teria se corrompido ao elevar Jesus ao posto de Deus, algo que o próprio Jesus, segundo os islâmicos, não teria ensinado.



Agora, vamos começar nossas análises. O islamismo é uma religião que surge seiscentos anos depois de Jesus, afirmando que o cristianismo estava errado por divinizar Cristo. Existem duas hipóteses utilizadas por islâmicos que explicariam esse suposto pecado dos cristãos: (1) a de que os documentos que compõem o Novo Testamento foram deturpados ao longo do tempo, fazendo com que Jesus fosse aparecendo como divino neles; (2) o Novo Testamento tem sido mal interpretado pelos cristãos.



Quanto à primeira hipótese, ela carece de apoio histórico. Talvez o leitor não saiba, mas os documentos do Novo Testamento são os mais confiáveis documentos históricos do mundo quanto à fidelidade do seu conteúdo. Vou explicar o motivo. Conforme eu afirmei na postagem do argumento da ressurreição, um dos métodos dos historiadores para saber se determinado fato foi deturpado ao longo do tempo é a análise das cópias dos documentos que relatam o fato. Por exemplo, suponha que existam 10 cópias de um documento chamado X. Esse documento atesta o fato Y. Acontece que em cada um dos documentos o fato é descrito de maneira diferente. Não, não se tratam de documentos de autores diferentes. São cópias de um mesmo documento, mas com diferenças no conteúdo. A que conclusão eu devo chegar? É lógico. O documento foi adulterado ao longo do tempo.



Então, para um historiador, quanto mais cópias antigas existirem de um determinado documento, mais fácil é para descobrir se a informação presente nele foi deturpada ou não. Se não existe muita diferença no conteúdo, podemos afirmar que a informação é confiável. Pois bem, os documentos do Novo Testamento são campeões nisso. Existem cerca de 5700 manuscritos gregos do Novo Testamento (ou fragmentos dele) com datas bem antigas. E esses documentos não apresentam erros centrais em seus conteúdos. As informações de cada uma das cópias são rigorosamente iguais umas as outras no que diz respeito às doutrinas principais do cristianismo.



Para se ter idéia do que essas informações significam, vamos fazer algumas comparações. A obra Illíada de Homero, a mais bem documentada depois do Novo Testamento, apresenta cerca de 640 manuscritos antigos. Outras obras importantes, como Guerras Gálicas, de Júlio César e Poética, de Aristóteles sobrevivem através de 10 e 5 manuscritos.



Em outras palavras, o número de cópias antigas do Novo Testamento é tão superior aos de outras obras antigas que não há justificativa para aceitar obras muito menos documentadas em detrimento do mesmo; e também não existe possibilidade de adulterações ao longo do tempo, já que as comparações entre os muitos manuscritos mostram que não há diferenças substanciais entre as diversas cópias.



Outro aspecto interessante que deve ser observado é que estas mesmas obras tão menos documentadas são datadas de muitos anos depois da escrita de seus originais. Falando mais uma vez de Illíada, que é a segunda obra com o menor espaço de tempo entre as cópias e os originais, temos uma diferença de 500 anos. Em Guerras Gálicas a diferença é ainda maior, 900 anos. E a cópia mais recente da Poética, de Aristóteles data de 1400 anos depois do original. Mas quando se trata do Novo Testamento, existem cópias que datam de apenas 90 anos depois da morte de Cristo, além de fragmentos discutíveis, talvez dos anos 50 d.C e 70 d.C.



Acabou por aqui? Não, não. Existe ainda outro ponto que confirma a confiabilidade do Novo Testamento. Os escritos dos “pais da Igreja”. Esses primeiros teólogos tinham o costume de escrever comentários sobre passagens do Novo Testamento. O apologista Bruce Mertzger afirma que 95% do Novo Testamento poderia ser reconstituído a partir apenas desses comentários. E esses pais da Igreja viveram realmente muito próximos dos eventos narrados no Novo Testamento, alguns deles chegando a conhecer alguns discípulos de Jesus. Ou seja, não pode ter havido deturpação nesse período.



O apologista Voddie Baucchan, em uma palestra, afirma que se realmente algumas pessoas adulteraram toda a história de Jesus, elas tiveram que:
encontrar seis mil manuscritos e porções de manuscritos em grego, roubá-los, mudá-los, não mostrar sua caligrafia, devolve-los (...), encontrar as traduções em siríaco, copta e latim, mudá-los para que combinem com as mentiras que contaram nos seis mil manuscritos, devolve-las aos lugares de onde roubaram, e então achar todos os escritos de todos os pais da igreja primitiva, mudá-los para combinar com as mentiras que contaram a dois níveis atrás, devolvê-los, nunca contar a ninguém o que fizeram e nunca serem pegos!
Essa argumentação serve tanto para mostrar a ateus e agnósticos que a Bíblia é confiável, como para mostrar para islâmicos que o Jesus divino do Novo Testamento não foi uma invenção dos cristãos, mas uma concepção que surgiu dos próprios ensinos de Jesus. Se fosse diferente, haveria documentos falando de Jesus como um profeta. De fato, um Jesus profeta teria causado muito menos rejeição entre israelitas e pagãos do que um Jesus Messias e divino, que morreu em uma cruz. Profetas costumavam mesmo terem um fim trágico e ninguém se admiraria se Jesus fosse apenas mais um profeta que foi injustiçado. Então, se a história real de Jesus tivesse sido adulterada com o tempo, com toda a certeza o resultado não seria um Jesus Messias e divino, que morreu e ressuscitou corporalmente. Seria um profeta humano, ou um espírito que parecia ter um corpo humano (como afirmam muitas obras apócrifas).



Agora, observe o panorama da situação. Seiscentos anos depois da morte de Jesus, surge um homem se dizendo profeta e que começa a descaracterizar aquele Jesus descrito nos evangelhos, nas cartas de Paulo, de Pedro, de João e de Tiago e nos escritos dos Pais da Igreja – documentos esses que são os registros mais antigos que existem sobre Jesus. Descaracteriza até a história de Jesus que encontramos nos documentos não-cristãos mais antigos. Opõe-se a fé dos cristãos mais antigos e próximos de Jesus. Embora o trate Jesus com respeito, Muhammad deixa claro que ele não passou de um profeta de Deus. A pergunta é: Não é difícil acreditar em alguém que contradiz um gigantesco movimento formado e firmado há seiscentos anos, cuja existência só é plausível se de fato Jesus era divino e ressuscitou?



Aliás, comparar Muhammad a Jesus e aos escritores bíblicos é interessante. O profeta árabe difere de Jesus, por exemplo, por ter sido um chefe militar e político também. Isso é um ponto-chave para entender porque o movimento islâmico cresceu tanto. A teologia islâmica tinha uma visão mais terrena do que a do cristianismo. Para quem se unia ao islamismo, havia muitas chances de uma boa vida ainda nessa terra. Muhammad deu aos árabes algo pelo qual lutar fisicamente. Movidos por um sonho político de unificar a Arábia, o exército do profeta tinha grande interesse em combater.



Ora, é muito mais fácil unificar pessoas para conquistar objetivos terrenos, nos quais a luta física não é descartada, do que unificar pessoas para sair pregando o evangelho, abrindo mão de usar a força. Mas a verdade é que esse sempre foi o plano de Deus. Se Deus precisou manter firmemente a nação israelita por vários séculos, a fim de preservar o monoteísmo e as verdades bíblicas até que Jesus viesse (como crêem os cristãos), quando Jesus veio, um novo contexto foi fundado. Uma nação limitada a determinado pedaço de terra já era passado. Deus tinha, pela primeira vez, a condição de preparar uma “nação” sem pátria, formada por cristãos “nômades”, que se espalhariam por diversos países, espalhando o evangelho sem fazer uso da força. O Espírito Santo, que agora habitava dentro de cada cristão, os tornava aptos a cumprir tal missão. E, de fato, até antes do Estado romano agregar a religião cristã para si (algo lastimável) cristãos espalharam o evangelho sem usar a força.



Muhammad, no entanto, cria um novo movimento que necessitava de luta. Era um contexto antigo retornando. Era uma teologia que fixava os olhos no terreno, na luta, na política. Talvez esse seja um ponto a favor de Jesus e contra Muhammad. Jesus deixava claro: “O meu reino não é desse mundo”. A teologia de Jesus só servia para quem pensava além desse mundo.



A teologia de Muhammad também diferia dos escritos bíblicos no sentido de que era baseada nos escritos de um único homem: ele mesmo. Quão diferente da Bíblia, uma coletânea de diversos documentos de autores diferentes, que viveram em épocas diferentes, mas cuja teologia é a mesma; um escrito complementa o outro. Não há contradições entre esses documentos. Qual a probabilidade disso acontecer sem que haja uma intervenção divina? É muito pequena. Então, a Bíblia acaba sendo bem mais confiável que o Corão.



Em suma, a suposição islâmica de que o conteúdo do Novo Testamento foi deturpado com o tempo não apresenta evidências. Tampouco existem motivos plausíveis para acreditar no Corão em detrimento da Bíblia. Não estou afirmando taxativamente que o Corão está errado, mas pelo menos até aqui ele está se mostrando pouco confiável.



A segunda hipótese islâmica para explicar o suposto pecado cristão de divinizar Jesus seria a de que o Novo Testamento tem sido mal interpretado desde os primeiros séculos. Acredito que esta hipótese é ainda mais fraca. O Novo Testamento é extremamente claro ao dizer que Jesus não é só um homem como qualquer outro, mas parte do próprio Deus. Dizer o oposto é contradizer de modo explícito todo o Novo Testamento. Vejamos algumas passagens:



Em João 8:58, Jesus diz: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou”, indicando não só que ele existia antes de Abraão, mas chamando a si próprio pelo nome que ninguém ousaria chamar: Eu Sou. 



Eu Sou era o nome que Deus havia dito a Abraão quando este questionou o que responderia, caso perguntassem o nome de seu Deus. Isto está descrito em Êxodo 3:13-14. O fato de não haver concordância gramatical na frase de Jesus é uma prova do que ele queria expressar. Jesus não disse: “Antes que Abraão existisse, eu era”, ou: “Antes que Abraão existisse, eu existia”. Não, não, o que ele disse foi: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou”. E por causa disso, no versículo seguinte do texto de João, os judeus pegam pedras para atirarem nele. Claro! A não ser que Jesus realmente fosse divino, o que ele estava dizendo ali era uma blasfêmia sem tamanho.



Em Marcos 2:28, Jesus diz: “... de sorte que o Filho do Homem [Jesus se auto denominava assim, para mostrar que tinha vindo como homem, de carne e osso] é Senhor também do sábado”. 



Ora, Jesus acabava de ser acusado de transgredir a guarda do sétimo dia (o que era uma calúnia, na verdade), pois não o guardava da maneira que guardavam os mestres da lei. No entanto, Jesus vai longe e diz de maneira simples e direta que ele era o Senhor do Sábado, ou seja, sabia bem o que podia e o que não podia fazer neste dia. Ele era o dono, o criador daquele dia. A mesma história ainda é narrada em Mateus 12 e Lucas 6, expressando também essa verdade.



Em João 14:6, Jesus Cristo diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Que profeta teria a petulância e a soberba de aplicar a si mesmo tantos adjetivos grandiosos? Aliás, que profeta tomaria para si atributos que são especificamente divinos? Quem é o caminho, a verdade e a vida, senão o próprio Deus? Pode um profeta se chamar assim? 



Mas Jesus sabia que era muito mais do que um simples profeta e por isso proferiu em João 10:30: “Eu e o Pai somos um”. Em outras palavras, Jesus estava dizendo: “Eu sou parte do Deus Pai todo-poderoso. Quem conhece a mim, conhece ao Pai. Eu não sou só Filho de Deus. Eu sou parte do próprio Deus encarnado em um corpo de Filho de homem”.



Em Mateus 11:27, Jesus continua mostrando que não era só um profeta, dizendo: “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 



Era incrível como que Jesus aproximava Deus de sua pessoa! Ele se colocava numa posição acima de todos os seres humanos existentes na Terra: o único que viu a Deus, o único ser perfeito, aquele que revela a Deus e que de Deus recebeu tudo. Seria ele um mero profeta humano?



O discípulo Tomé, embora de pouca fé, sabia que Jesus não era só um profeta e, por isso, ao vê-lo após a ressurreição, exclamou: “Senhor meu e Deus meu!”, em João 20:28. Não, ele não estava usando uma força de expressão por estar impressionado ao ver Jesus. Os judeus tinham extrema reverência ao nome de Deus, de forma que jamais o colocariam em bordões ou expressões. O que Tomé faz aqui é olhar para Jesus e chamá-lo conscientemente de “Senhor meu e Deus meu!”. O fato de estarem em um ambiente fechado, só ele e os discípulos, contribuiu para que Tomé não temesse dizer isso. Tomé não seria apedrejado pelos judeus ali.



O apóstolo João também sabia quem era Jesus. No seu evangelho, logo no primeiro capítulo, ele escreve: “No princípio era o Verbo [Jesus], e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. 



Conforme é possível ver no contexto do primeiro capítulo de João, o “Verbo” mencionado é Jesus e, segundo João, esse Verbo estava com Deus e era o próprio Deus! Quer um texto mais claro que esse? Não existe outra forma de interpretar. E no decorrer do evangelho, só confirmamos isso, vendo que Jesus dizia com autoridade ser o bom pastor, a porta, a salvação, a ressurreição, a vida, a água da vida, o pão da vida, enfim, adjetivos que só se aplicariam a um ser divino. 



Em concordância com essa interpretação, o incansável apóstolo Paulo, em Romanos 9:5, confirma tudo isso, dizendo que Jesus “é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre”. Então, será que existe escapatória para o islamismo? É possível que todos esses escritores bíblicos, que viveram no mesmo contexto histórico de Jesus não quisessem dizer o que disseram? Isso é pouco provável e extremamente implausível.



Com relação ao Antigo Testamento, que também faz parte das Escrituras, as indicações de que viria um homem com características divinas e libertaria as pessoas são abrangentes. Trata-se de profecias e simbologias que apontam para Jesus como sendo Cristo e como sendo divino, sem qualquer tipo de tentativa forçosa de comparação, mas apenas averiguando a compatibilidade.



Só para citar alguns dos mais de 50 exemplos, em Miquéias 5:2 lemos:
E tu, Belém-Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. 
Note que Jesus veio nasceu justamente em Belém e sua origem é bem antiga (é eterna), já que ele mesmo diz que “Antes de Abraão, Eu Sou”.



Em Isaías, no capítulo 53, podemos ler:

Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. 


Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca.



Todavia ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará em suas mãos. Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

É incrível como que toda a teologia cristã está resumida nesse texto, que foi escrito pelo profeta Isaías cerca de 700 anos antes de Cristo. Vemos aqui que aquele que nos justificaria dos pecados seria humilhado, machucado e entregue como ovelha ao matadouro. E sendo morto, seria sepultado com os perversos (os ladrões da cruz, lembra?), mas um rico lhe designaria uma sepultura (José de Arimatéia). Só que ele olharia para os frutos do seu trabalho (ou seja, ele ressuscitaria para ver isso, é claro) e ficaria satisfeito. Passou, então, a interceder pelas pessoas.



Para quem está familiarizado com o básico da história de Jesus e do Novo Testamento, é fácil captar esses e outros elementos conhecidos e específicos da teologia cristã que são comuns ao relato do profeta. Era como se o profeta Isaías tivesse observado com os próprios olhos os sofrimentos de Jesus, séculos antes de ele os passar. 



Temos ainda profecias muito interessantes em passagens como Isaías 11:2, Malaquias 3:1 e pelo menos mais 50 outras descritas por profetas diferentes, em épocas diferentes, muito antes do nascimento de Jesus, mas que se cumpriram em sua vida. Os detalhes dados sobre Jesus são tão fiéis que não há como desprezá-los, dizendo que se tratam de passagens fora do contexto ou mesmo que se referiam a outra pessoa.



As simbologias também se explicam com perfeição por meio da divindade de Jesus. Talvez os melhores exemplos disso sejam aqueles que envolvem os sacrifícios de animais presentes no sistema ritualístico do Antigo Testamento. Os judeus foram ordenados por Deus a fazerem esses sacrifícios e, antes mesmo do desenvolvimento da religião judaica, podemos observar essa estranha atitude de Deus.



Ora, para qualquer um que não entenda esses sacrifícios como uma simbologia do sacrifício de Jesus Cristo pelo ser humano na cruz, Deus parecerá um tanto sádico e louco. Sobretudo pelo fato de que o próprio Deus afirma, no Antigo Testamento, que não tinha prazer em sacrifícios de animais mais do que tinha em misericórdia e obediência. Ou seja, os sacrifícios não tinham valor em si. Eles só tinham valor se acompanhados de uma boa conduta, pois aqueles sacrifícios eram simbologias de algo maior que se aceitava pela fé em Deus.



Então, o Antigo Testamento só faz sentido se Jesus é, de fato, o Cristo esperado e divino. É apenas o Novo Testamento que apresenta a explicação para as profecias e as simbologias do Antigo Testamento. É apenas no Novo Testamento que aparece um homem extremamente sábio, capaz de calar doutores da lei, de pregar com autoridade que era um com Deus, de perdoar todos os pecados e de ser apontado como o sacrifício real e supremo que os profetas do qual os profetas falavam.



O judeu Jesus de Nazaré, se encarado como o Messias prometido, é o cumprimento de toda a simbologia. Todo o ritualismo judaico era uma prefiguração de Jesus e de seu sacrifício de amor pelo ser humano. Uma espécie de cheque pré-datado para os que esperavam o pagamento definitivo de suas dívidas (as quais não poderiam pagar).



Tudo se torna mais fiel quando lemos em Atos 5:34-40, que outros, antes de Jesus, já haviam se levantado afirmando serem o Messias. Estes conseguiram seguidores, mas duraram pouco tempo e seus ensinos não se espalharam. Não é difícil deduzir que muitos tentaram usar as Escrituras em benefício próprio, mas sem êxito, provavelmente por entrarem em contradições, por não pregarem com autoridade ou por terem sido silenciados pelos grandes doutores da lei judaica.



Jesus, entretanto, é o homem que se enquadra em todas as profecias e simbologias. Ele fala com autoridade, conhece as Escrituras a fundo, cala os doutores da lei, não entra em contradições, prega durante três anos e meio, anuncia a própria morte e ressurreição, se diz um com o Pai e leva milhares de pessoas a seguirem firmemente os seus ensinos, que perduram até aos dias de hoje.



Com todas essas evidências, torna-se muito difícil de sustentar que Jesus era apenas um profeta de Deus. Além do mais, o islamismo não tolera a idéia de Deus se tornar um homem como nós. Mas é justamente este o ato que mais nos dá certeza da existência e do caráter de Deus. Um Deus que somente assistisse tudo do alto, não só nos privaria de sermos justificados, como não poderia habitar em nós (através de seu Espírito), nos deixando eternamente indignos e impuros.



Assim, morreríamos em nossos pecados, tentando sem êxito sermos bons por nossas próprias forças. E, como se isso não bastasse, um Deus que não se tornasse um ser humano nos privaria de valiosas evidências de sua existência, envergonhando o seu povo na frente dos ateus.



Mas conforme a teologia cristã, Deus prova o seu amor através de Jesus. Certa vez, Jó, um personagem do Antigo Testamento, falou que Deus não podia saber o que o homem passava, porque não era um homem. Para o islamismo e o judaísmo, isso continua sendo assim até hoje. Mas para cristianismo, Jesus resolveu o problema. Conforme a epístola de Hebreus nos diz:
Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo-sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (Hebreus 4:14-15).
C) Jesus é parte do Deus Triúno



Aqui já podemos concluir que a hipótese cristã de que Jesus realmente foi e é divino é a mais plausível e provável. O que tentei fazer nesta postagem, de uma maneira clara, objetiva e resumida, foi analisar logicamente cada hipótese de quem teria sido Jesus e mostrar que as evidências estão a favor de um Jesus divino, tal como os cristãos sustentam há séculos. É óbvio que eu poderia ter abordado mais pontos interessantes e me aprofundado mais na questão da identidade de Jesus. Isso é assunto para um livro inteiro. Mas o pouco que foi dito aqui é o suficiente para que o leitor comece a compreender um pouco mais sobre o Deus apresentado na Bíblia.



Não é minha pretensão ser preconceituoso, intolerante ou ofensivo, mas não é muito lógico aceitar que Jesus Cristo, o homem que dividiu a história ao meio, tenha sido alguma das opções apresentadas até aqui. A sua perfeição em todas as coisas não nos permite tal infâmia. Ele provou de forma simples e clara que sempre existiu e veio a Terra para ser a perfeita ponte entre o Pai e os homens. Sim, uma ponte, pois veio como homem, se despindo de toda a sua glória, limitando-se a ponto de ter as nossas necessidades, mas ao mesmo tempo, ligado ao Pai, cheio de Espírito Santo, vencendo todas as tentações e prevalecendo como o único homem que não caiu em pecado. Ele nos deu toda a autoridade, para vencer a Satanás, pois nos justificou e através do seu nome, alcançamos vitória sobre o pecado.



Portanto, dizer que não existem motivos suficientes para acreditar que Jesus foi (e ainda é) o Senhor do Universo não passa de desculpa de quem não quer estudar com mais atenção cada detalhe da vida deste homem. Ele, em toda a sua grandeza fez questão de nos prover de evidências, para que a nossa fé não fosse cega. Porque a fé, certeza das coisas que não se viram (Hebreus 11:1) não é a certeza das coisas que não possuem evidências. O Senhor da Razão escreveu a fé com a caneta das evidências lógicas. E a principal evidência de que Deus existe, é Jesus. Afinal, Ele é parte de Deus, mas fez questão de vir a Terra, por mim e por você.



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Bibliografia:
1. Norman Geisler e Frank Turek, Não tenho Fe suficiente para ser ateu.
2. F. F. Bruce, Merece confiança o Novo Testamento?
3. Voddie Bauccham, Por que eu acredito na Bíblia? (Palestra) – Presente nos seguintes links: https://www.youtube.com/watch?v=8xidS64Ck9Q (Parte 1);

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