domingo, 6 de janeiro de 2013

Destrinchando Zeitgeist – Parte 3: O Jesus Histórico

Existem pessoas que se acostumaram tanto a mentir sobre um determinado tema que já o fazem sem perceber. Esse é o maior estágio que um mentiroso pode alcançar, já que a partir daí, ele passa a acreditar nas próprias mentiras que conta, e seu cérebro perde a capacidade de entender as coisas da maneira como realmente são.

As duas primeiras postagens da nossa série deixam claro que os produtores do documentário Zeitgeist estão bem próximos desse estágio. Eles não têm vergonha de veicular um filme repleto de distorções, omissões propositais, comparações forçadas e mentiras. Tudo para convencer seu expectador a aceitar as suas crenças humanistas (das quais falarei na última postagem da série).

Na postagem de hoje, quero abordar as alegações de Zeitgeist referentes ao que os estudiosos chamam de “Jesus histórico”. Jesus foi um personagem histórico? Dá para se afirmar isso através dos documentos antigos que falam sobre ele? O cristianismo é uma religião de fatos ou foi criada por Roma para manipular as pessoas? É o que nós vamos ver agora.

“Jesus não é um personagem histórico”

Eu quase caí da cadeira quando vi que o documentário faria essa alegação. Por quê? Porque sou um religioso fanático que não pode ouvir uma crítica acadêmica séria a sua religião? Não, não. Eu quase caí da cadeira porque a alegação de que Jesus não é um personagem histórico é uma das alegações mais imbecis, do ponto de vista histórico, que alguém poderia fazer. Vou lhes contar a história dessa alegação.

Com a chegada do iluminismo e aquele boom de pensadores céticos à religião tradicional surgindo em toda Europa, tornou-se conveniente postular que Jesus não fez nada de sobrenatural. Então, uma leva de escritores começou a pensar na hipótese de que Jesus fora apenas um mito. O problema é que, com o passar do tempo, acadêmicos perceberam que os documentos que afirmam a existência de Jesus satisfazem todos os critérios utilizados por historiadores para averiguar se um fato é histórico ou não. E por isso a maioria dos historiadores e teólogos não cristãos, desde o início do século XX, não levam a sério essa hipótese.

Eu falei sobre esses critérios na postagem “Argumento da Ressurreição”. São 10 critérios: Contexto Histórico, Multiplicidade, Antiguidade, Constrangimento, Ausência de Benefícios (e/ou presença de malefícios), Dissimilaridade, Concordância, Citação Próxima, Comprovação Inimiga e Citação de Testemunhas. Ora, tanto os documentos cristãos como os não-cristãos satisfazem esses critérios (se o leitor duvida disso, leia a postagem que citei acima). Mas vamos falar dos documentos não-cristãos.

Zeitgeist cita quatro historiadores que mencionam Jesus em seus escritos. O judeu Flávio Josefo (37 d.C – 100 d.C) e os romanos Cornélio Tácito (55 d.C – 120 d.C), Caio Plínio II (61 d.C – 114 d.C) e Suetônio (69 d.C – 141 d.C). Sobre o primeiro, Fávio Josefo, o documentário afirma que suas menções a Jesus foram provadas como sendo falsificações. Sobre os três últimos, afirma-se que eles mencionaram “Cristo”, que não é um nome, mas um título (podendo ser qualquer um, então).

Agora, vamos às picaretagens. Em primeiro lugar, as menções de Flávio Josefo a Jesus não foram provadas como falsificações. Há uma distorção aqui. O que realmente ocorre é que há um consenso entre os acadêmicos de que algumas versões (cópias) dos escritos de Josefo que chegaram até nós, sofreram interpolações em uma das menções a Jesus. Ou seja, não é o texto todo que foi falsificado. São trechos de um texto que foram adulterados em algumas versões. Isso é muito diferente de afirmar que o texto inteiro que menciona Jesus é uma falsificação.

O texto de Josefo, ou melhor, os dois textos de Josefo que mencionam Jesus tem aceitação acadêmica. Nenhum acadêmico sério tem dúvidas de que realmente Josefo fez duas menções a Jesus em seus escritos. Os estudiosos mais céticos apenas apontam que existem versões com interpolações e procuram usar versões que consideram puras.

As versões que apresentam interpolações são aquelas em que Josefo cita Jesus de um jeito como se acreditasse mesmo que Jesus fosse o Messias. Só que Josefo não era cristão e sim um fervoroso judeu. Então, provavelmente essas versões são reflexo de uma interpolação de algum cristão fanático que queria fazer as pessoas acreditarem que o famoso historiador judeu achava que Jesus era o Messias.

Já as versões consideradas puras, apresentam uma descrição mais seca e cética por parte de Josefo (o que se esperaria de um não-cristão). Todas essas versões, contudo, conservam praticamente o mesmo texto. São apenas algumas palavras que mudam de versão para versão. Então, o texto que o documentário alega ser falso, na verdade, não é falso coisíssima nenhuma. Afora isso, como falei, Josefo faz duas citações a Jesus e não apenas uma. O documentário omite essa informação.

A segunda picaretagem é o “argumento” de que os outros autores não citam o nome Jesus, mas sim o termo “Cristo”, que não é nome de pessoa, mas um título. A ideia é induzir o espectador a acreditar que os autores podem estar falando de qualquer pessoa. Veja que argumento horroroso! Quer dizer que se eu afirmo que um jogador de futebol chamado “Alemão”, jogou pela seleção brasileira de futebol em 1986, mas não cito o seu nome verdadeiro (Ricardo Rogério de Brito), então quer dizer que posso estar falando de qualquer pessoa?

Ora, é claro que isso é um argumento falacioso. Você pode não citar o nome de uma pessoa, mas se você dá características da pessoa ou do que ela fez ou mesmo liga essa pessoa a algum evento conhecido em que consta seu nome, é fácil saber de quem se trata. No caso do jogador “Alemão”, eu sei de qual Alemão se trata, mesmo existindo outros com esse mesmo apelido. Afinal, eu sei que em 1986 existiu alguém chamado Alemão que jogou na seleção brasileira.

Com Jesus Cristo é a mesma coisa. Os cristãos reconheciam Jesus como sendo o Cristo (Messias – Ungido) esperado pelos judeus. Por isso, Cristo passou a ser um dos nomes pelos quais Jesus era chamado. Pode reparar que na Bíblia o nome Cristo quase sempre aparece junto ao nome Jesus. Então, quando Tácito, Suetônio e Plínio falam de Cristo e dizem que ele que iniciou o movimento cristão e dão características do mesmo Jesus descrito no Novo Testamento, é óbvio que eles estão falando da mesma pessoa.

É bem chato ser repetitivo. Já expus as citações desses historiadores na primeira postagem da série “Afinal, quem foi Jesus?”. Então, se quiser lê-las, clique no link e leia lá. O leitor verá que com as menções desses quatro historiadores e mais outras como a de Mara-Bar Serapion, Luciano de Samósata e dos Talmudes Judaicos (todos, escritos não-cristãos) é possível montar a história básica de Jesus que nós já conhecemos nos evangelhos e nos demais escritos cristãos do primeiro século.

“Jesus foi inventado por Roma para manipulação política”

Os produtores de Zeitgeist, que devem ser analfabetos funcionais, simplesmente jogam quatro séculos de história no lixo quando afirmam uma coisa dessas. A primeira coisa que devemos lembrar aqui é que o cristianismo não surgiu quando Constantino se converteu, no início do século IV, mas já existia desde o início do século I, quando Jesus foi condenado à cruz. Dessa época até a conversão de Constantino, o cristianismo foi implacavelmente hostilizado por quase todos os romanos. Será que os produtores do documentário não sabem disso?

Os romanos (e isso inclui os governantes) achavam o cristianismo uma religião odiosa. É simples entender o motivo: tudo o que os romanos acreditavam, os cristãos condenavam. Tudo o que os cristãos acreditavam, os romanos condenavam. Vamos ver algumas coisas.

Os romanos acreditavam em vários deuses. Os cristãos pregavam a existência de um só. Os romanos acreditavam em reencarnação. Os cristãos pregavam que o homem só vive uma vida. Os romanos achavam ridícula a ideia de que pudesse haver uma ressurreição corporal. Os cristãos pregavam que Jesus havia ressuscitado corporalmente e que no juízo final haveria uma ressurreição geral. Os romanos acreditavam em deuses que permitiam uma vida devassa e sem muitas regras morais. Os cristãos pregavam que as pessoas deveriam viver uma vida santa. Os romanos (e todos os povos) achavam que a cruz era uma condenação vergonhosa. Os cristãos falavam sobre um líder que morreu numa cruz. Os romanos não conseguiam conceber a ideia de um Deus que se humilhou e que morreu. Os cristãos faziam disso a tônica da pregação cristã. Os romanos (e outros povos) costumavam misturar crenças diversas. Os cristãos afirmavam que só a crença em Jesus era a correta.

Como podemos ver, havia motivos de sobra para que os romanos não tivessem simpatia pelos cristãos. Some esses motivos ao fato de que os romanos não eram muito simpáticos aos judeus e o cristianismo era um movimento surgido dos judeus. E vamos lembrar que os romanos eram orgulhosos. Eles jamais encarariam com bons olhos uma seita judaica maluca que pretendia ser a única religião correta. Enfim, os romanos não gostavam dos cristãos.

É por esse motivo que nos primeiros quatro séculos de cristianismo, houve tanta perseguição aos cristãos. Cristianismo e política foram coisas que não se misturaram até quando Constantino se converteu. O cristianismo surgiu e passou quase trezentos anos sendo perseguido. Ser cristão nos primeiros quatro séculos era ter a garantia de que não haveria nenhum benefício político em sua vida e que, se você incomodasse o governo com o seu Jesus, poderia ser preso, torturado e/ou morto.

Então, afirmar que o cristianismo foi criado para manipulação política é assinar um atestado de idiotice. Mas a alegação de criação romana tem uma variante. Há quem sustente que antes de Constantino “se converter”, o cristianismo acreditava em outras coisas e que depois que Constantino se converteu e acoplou a religião à política, Roma criou todo o mito de Jesus, o judeu Filho de Deus que foi crucificado e ressuscitou É o que os pseudointelectuais leitores de O Código da Vinci costumam a afirmar. Desse modo, o que conhecemos hoje como cristianismo não seria o mesmo cristianismo que existiu antes de Constantino.

Tal argumento também não se sustenta. Em primeiro lugar, porque há material abundante sobre as principais doutrinas cristãs antes de Constantino. Não há dúvidas de que doutrinas como a morte, ressurreição e ascensão de Jesus faziam parte do conjunto de crenças dos primeiros cristãos.

Em segundo lugar, como já vimos, o cristianismo era muito contrário ao que pregava o paganismo romano. Então, se Roma tivesse modificado as principais crenças cristãs para uma melhor aceitação por parte das pessoas, a história de Jesus não seria essa que conhecemos hoje. Com certeza Jesus não teria sido um homem pobre, judeu, que foi humilhado a vida inteira, que morreu em uma cruz, que ressuscitou e que ensina as pessoas a renegarem todos os deuses romanos, adorarem o Deus dos judeus e agirem de maneira santa.

Em vez disso, ele seria alguém como Aquiles, Hércules ou Cratos, um guerreiro forte, que nunca era humilhado, filho de deuses e que não impunha nenhuma restrição ao espírito de guerra e à imoralidade sexual. Ou seria um ser espiritual sábio que apenas parecia humano (mas que não tinha carne de verdade) e que não sofreu nem morreu de verdade também (como alguns escritos apócrifos do segundo século afirmam).

Ou seja, a história que temos, por ser totalmente contrária ao que os romanos criam e por apresentar amplas evidências de que era a mesma pregada pelos primeiros cristãos, não pode ser considerada uma invenção de Roma para manipular politicamente as pessoas. Você pode até não acreditar que Jesus realmente ressuscitou dos mortos e que é o Filho de Deus, mas é inegável que existiu um judeu chamado Jesus que foi morto numa cruz e que os primeiros cristãos criam que ele havia ressuscitado e que era o Filho de Deus. Essa crença básica não foi inventada por Roma ou Constantino.

Por que não há mais menções não cristãs sobre Jesus?

O documentário não levanta essa questão, mas como nós acabamos de ver que os quatro historiadores citados por Zeitgeist são fontes confiáveis, alguém pode rebater dizendo que existem poucas menções a Jesus. “Se Jesus realmente existiu e foi alguém tão influente, por que não há mais menções sobre ele entre autores não cristãos?”.

A questão não é difícil de responder. Em primeiro lugar, porque o ministério de Jesus foi curto e restrito a um espaço pequeno. Foram apenas três e meio de pregações e ele sequer saiu de Israel. Ou seja, o ministério de Jesus não foi algo que se estendeu por diversos lugares do mundo e/ou por um longo tempo. Como também não havia internet, nem televisão, nem rádio, nem agências de notícias, então, sua influência ficou muito restrita, tornando improvável a existência de um número grande de relatos escritos.

Em segundo lugar, porque a maior parte das pessoas para as quais Jesus pregou era pobre. Levando em consideração que Jesus viveu num contexto onde a tradição oral era muito valorizada, onde a escrita não era uma prática comum entre as massas e onde muitas pessoas eram analfabetas, também não era de se esperar o surgimento de muitos relatos escritos sobre Jesus.

Em terceiro lugar, as pessoas que não eram cristãs não teriam muito interesse em escrever relatos sobre Cristo. Por exemplo, os escribas judeus tinham grande antipatia por Jesus, pois ele costumeiramente os criticava por hipocrisia. Os rabinos também não gostavam de Jesus por suas críticas e porque ele não agia conforme os rabinos da época acreditavam que o Messias deveria agir.

Para os romanos, falar sobre o tal Jesus seria ainda mais desinteressante. Jesus, na visão dos poucos romanos que devem ter ouvido falar dele enquanto estava aqui na terra, era apenas um rabino que algumas pessoas diziam que operava milagres. O que há de interessante nisso? Rabino existia um monte espalhado por aí. Se fazia milagres, isso não era algo tão incrível. Afinal, o ceticismo ao sobrenatural não era lá muito comum naquela época. As pessoas não tinham dificuldade de acreditar no sobrenatural. Enfim, Jesus não era notícia. Se existisse jornais romanos na época, talvez ele nem saísse em uma notinha.

Em quarto lugar, é possível que muita coisa que foi escrita não foi copiada aos montes e se perdeu no tempo. Vamos supor, por exemplo, que aquele oficial romano que teve seu filho curado por Jesus, tenha escrito uma carta a um amigo, falando que um judeu chamado Jesus curou seu filho. O amigo recebe a carta, lê, responde e guarda a carta em suas coisas. Então, esquece da carta e ela acaba parando no lixo. Ou passa o tempo, ele morre, a carta fica perdida e se deteriora ou as traças comem. Acabou. Nunca alguém saberá daquela carta.

Podemos também supor que um escriba judeu ficou impressionado com algum milagre de Jesus e resolveu escrever alguns de seus feitos. Mas, depois, vendo que Jesus morreu em uma cruz, perde a fé no mestre e destrói seus escritos. Ou mesmo, mantém a fé em Jesus, compartilhando da crença da ressurreição, mas por medo da retalhação dos outros escribas e rabinos, resolve não tornar o documento público e o destrói (ou ele se perde no tempo também).

Essas suposições são plausíveis. Muito do que pode ter sido escrito sobre Jesus, pode não ter sido copiado e espalhado por aí, tendo sido destruído (ou se perdido) para sempre. O fato é que a quem mais interessava o espalhamento dos relatos escritos sobre Jesus era aos cristãos. Não porque era possível ganhar algum tipo de benefício político ou financeiro com isso (como já vimos, isso não existiu nos primeiros quatro séculos de cristianismo), mas porque os cristãos acreditavam mesmo que Jesus havia ressuscitado e que era o Cristo. Era isso que os movia. Era isso que os fazia aceitarem uma vida de pobreza, hostilidades, preconceitos, perseguições, prisões, torturas e até a morte.

Em quinto lugar, vamos lembrar uma fato que vimos em outra postagem: muitos personagens que são considerados históricos apresentam muito menos menções antigas do que Jesus; muitas vezes menções feitas por autores que viveram séculos depois. Por exemplo, Alexandre, o Grande. Tudo o que sabemos sobre ele está em praticamente duas biografias apenas, escritas por Adriano e Plutarco, 400 anos depois de Alexandre, o grande. O que provavelmente ocorreu é que os dois autores fizeram uma pesquisa a documentos que existiam na época e que não existem mais hoje.

Ainda assim, os historiadores consideram as biografias de Alexandre, o Grande confiáveis. Ninguém debate a historicidade desse personagem. Então, por que debater a de Jesus, que tem menções feitas por Josefo, Tácito, Suetônio, Plínio, Celso, Serapion, os Talmudes, Talo, Flegão, Luciano de Samósata (que não foram cristãos) e dezenas de autores cristãos do primeiro século (que não ganharam nada por tais escritos)? Jesus tem mais menções que diversos personagens considerados históricos. Isso é fato.

Em sexto lugar, grandes catástrofes podem ter destruído muitos documentos que falavam sobre Jesus. Por exemplo, no ano 70 d.C. a cidade de Jerusalém sofreu terrível destruição por parte dos romanos. Antes disso, em 64 d.C. Roma tinha sido incendiada no governo de Nero. A Biblioteca de Alexandria, no Egito, e a de Pérgamo, na Turquia, que foram as maiores bibliotecas do mundo durante muito tempo, foram destruídas no segundo século. O quanto não pode ter sido perdido, hein?

Conclusão: não existem motivos para acreditar que deveriam haver mais relatos não cristãos antigos sobre Jesus do que os que temos hoje às mãos. O que temos hoje é mais que suficiente para provar a historicidade de Jesus.

Bem, essa postagem termina aqui. Ficou claro que, ao contrário do que Zeitgeist afirma, Jesus é um personagem de historicidade muito confiável. Também ficou claro que já não dá para confiar em nada do que o documentário veicula como fato. A careta de pau dos produtores desse lixo pseudo-acadêmico chegou a um nível que necessita de uma explicação para tal. É o que farei na última postagem da série. Mas antes disso, eu vou ainda fazer uma postagem analisando alguns truques psicológicos utilizados pelo documentário para engambelar o espectador.
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Bibliografia:
1. Bruce, F. F. Merece confiança o Novo Testamento? Vida Nova, 2010.
2. Bock, Darrel. Os Evangelhos Perdidos.Thomas Nelson Brasil, 2007.
3. Bock, Darrel. Quebrando o código da Vinci. Novo Século, 2004.
4. Geisler, Norman e Turek Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu.

7 comentários:

  1. O documentário se escreve Zeitgeist e não Zeitgheist.

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  2. Opa, falha minha. Consertarei. Obrigado pela dica. ;D

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  3. Caro Davi, um "argumento" que se tenta impor contra a existência histórica de Jesus é a ausência de referências a Ele nos escritos de Fílon de Alexandria.

    Segundo tais "analistas históricos", Fílon, que foi contemporâneo de Jesus, descreveu pormenorizadamente o cenário religioso da Palestina e, por isso, não deixaria de mencionar o Cristo, se Ele tivesse, de fato, existido.

    Acontece, porém, que essa falácia cola se omitir-se quem realmente era Fílon e o teor de seus escritos. De início já é importante advertir que Fílon não tinha pretensões historiográficas nem, tampouco, de esgotar uma descrição multidisciplinar da Palestina, como se nota em Josefo. Diferente deste, ele era um filósofo e téologo judaico e seus escritos visam conciliar o judaísmo com a racionalidade estoicista. Constata-se, então, que é plenamente explicável o filósofo alexandrino não ter mencionado Jesus em suas obras, considerando que tal alusão não servia aos seus propósitos.

    Blog muito bom! Quanto ao assunto, sugiro uma refutação dos "argumentos" de Acharya S., que inventou até a "posição cruciforme" para "provar" os paralelos entre Jesus e deuses pagãos, como Atis e Horus.

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  4. Eduardo, muito perspicaz o seu comentário. Bem, o assunto realmente é amplo e dá para explorar muita coisa. Os livros de Acharya S., juntamente com os de Gerald Massey formam praticamente toda a base do documentário Zeitgeist. Ambos não passam de picaretas intelectuais que falsificaram evidências a vida inteira. Algumas postagens sobre eles, futuramente, não são má ideia. Obrigado pela sugestão. :D

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  5. Existem filósofos que argumentam pela existência de Deus e outros que argumentam pela sua não existência. A discussão estende-se a existência ou não de provas históricas da existência de Jesus com defensores igualmente nas duas posições. Como não lhes é possível dar uma prova cabal, ser cristão ou ateu é o que determina em quais provas e argumentos se acredita. Creio ser exatamente essa a vontade de Deus desde o princípio, uma vez que é primeiramente pela fé no Seu evangelho que Ele quer ser conhecido. Para o cristão a sua experiência com Deus precisa ser sua prova cabal, ou ele deve começar a pensar que há algo de errado com sua crença.

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